terça-feira, 12 de junho de 2012

Romance...

Certa vez, olhando para o incerto, eu percebi que os sonhos estão se acabando. As canetas estão sendo abandonadas... O romance, esquecido em alguma gaveta cuja chave está perdida ninguém sabe onde...
As pessoas culpam a falta de tempo, a correria do dia-a-dia... Não digo que as pessoas estejam desacreditadas do amor, mas estão cegas quanto às benesses que o romance trás para os relacionamentos. E para a vida!
O amor não tem data certa para ser mostrado, presenteado... E se for para presentear, que seja com palavras, atitudes, cavalheirismo, pois não há nada que fascine mais uma mulher do que gestos de amor...
A não muito tempo atrás, mesmo que o romance estivesse se apagando, no dia dos namorados os casais expressavam um pouco de romantismo uns para os outros. Compravam cartões, flores... Falavam coisas bonitas, espalhavam cartões pela casa... Tentavam surpreender!
Não estou dizendo que hoje não exista mais isso, mas o sentido de todo esse preparativo mudou.
Infelizmente, hoje em dia as pessoas não se contentam em demonstrar o que sentem para os seus parceiros. As serenatas de amor se transformaram em vídeos no youtube, as cartas, em declarações nas redes sociais, e as pessoas desviaram o sentido da música do Roupa Nova: "Eu te amo, e vou gritar pra todo mundo ouvir...".
Confesso que nessa era digital, eu tenho achado lindas as declarações que são feitas, mas isso, isoladamente, não é romance! 
O romantismo está no olho-no-olho, no apertar das mãos, em abraços longos... Nos rabiscos do poema, no verso completo, na estrofe lida, mesmo quando copiada...
O romance está na confidência, no silenciar...
Com tantas falsas declarações de amor, o romance deixou de ser tempestade.
Hoje romance é ventania...


Achei linda essa música da Roberta Campos: Janeiro a Janeiro.
"Mas talvez, você não entenda / Essa coisa de fazer o mundo acreditar / Que meu amor, não será passageiro / Te amarei de janeiro a janeiro / Até o mundo acabar..." 



Hoje eu quero tirar o salto, borrar batom na boca, pegar uma folha colorida, decorá-la com adesivos, e, com várias canetas coloridas, escrever meus devaneios... Hoje eu quero ser criança, despreocupada, sincera, por vezes, inconveniente (confesso)... Feliz pelas coisas simples...
Quero por um momento esquecer a maturidade, ser sua menina, colorir o seu dia, pintar o sete, fazer bagunça no seu coração...
Hoje eu quero te amar sem limites, sem pudor, sem medo...
Apenas um exagerado amor, pintado nas paredes na sala...

Mas ao final do dia guardarei os meus brinquedos...


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